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Bem vind@ à página de Ton MarMel (anTONio MARtins MELo), Artista Visual que desde infante manifestou talento para pintura, desenho, escultura, frequentou a Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, recebeu vários prêmios, participou de salões de arte, exposições individuais e coletivas, e também é jurista, Advogado pós-graduado, especialista em Direito Público.

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terça-feira, julho 18, 2017

ARTE SOCIAL


A Arte Social: busca cercear as produções artísticas contemporâneas possui ênfase nas trocas sociais como meio de realização de propostas artísticas. Ela defende a criação de realidades possíveis dentro de um contexto específico através dos intercâmbios pessoais. 





A arte ambiente ou ambiental: é uma tendência da arte contemporânea que se volta mais decididamente para o espaço - incorporando-o à obra e/ou transformando-o -, seja ele o espaço da galeria, o ambiente natural ou as áreas urbanas. 


A arte, por meio de suas obras, é uma aparência de verdade, testemunhando um mundo dominado pela violência. Por isso, a arte de Portinari representa esse testemunho. Uma obra cuja forma denuncia a opressão, uma vez que não se deve levar em conta o retrato dos Retirantes, mas sim como são retratados, em traços destorcidos e que clamam por socorro. Assim, a função crítica das obras é revelar o conteúdo de verdade, que num primeiro momento deve destruir o “caos” de interpretações idealistas.
A função crítica das obras está ligada a uma crítica filosófica, e essa por sua vez, atribui a estas um caráter de enigmas. Por isso, a crítica tradicional é precária por achar que sabe a priori o que são as obras de arte. A crítica autêntica é aquela que destaca o momento intrínseco que toda obra opõe à sociedade. Dessa forma, Adorno nos convida a uma nova leitura das obras de arte. Ao se deparar com um novo ambiente[2], o filósofo não teve dúvidas de que urgentes reflexões a partir da Filosofia eram necessárias, e por isso foi radical em suas críticas, aproximando arte e crítica filosófica.
Para salientar essa proximidade da arte com a crítica filosófica, uma das obras mais significativas no contexto teórico frankfurtiano é, sem dúvida, a Dialética do Esclarecimento, escrita em parceria com Max Horkheimer e publicada em 1947. O trabalho empreendido na construção da Dialética resultou em uma análise das “conseqüências filosóficas” do iluminismo. Consiste basicamente em mostrar que “o esclarecimento, ao mesmo tempo que permitiu ao homem libertar-se dos grilhões que o acorrentavam, traz consigo a sua própria antinomia, ao tornar o homem escravo da reificação” (SILVA, 1999, p. 29).
A proposta da Dialética do Esclarecimento é verificar como essa razão instrumental invadiu o terreno da cultura e da criação artística. No segundo capítulo intitulado “a Indústria Cultural: o esclarecimento como mistificação das massas”, o termo “indústria cultural” é empregado pela primeira vez para designar a “etapa mais acabada da autodestruição do esclarecimento” (SILVA, 1999, p. 30). O objetivo dessa indústria é vender bens com o selo de “arte”. Assim, a indústria cultural representa a destruição da dimensão social da arte, uma vez que lhe interessa apenas o sucesso comercial.
O filósofo frankfurtiano contrapõe os produtos da indústria cultural com o sentido de obra de arte autêntica e autônoma. A arte autônoma possui um valor de verdade, pois se mostrava muito distante da precária condição material humana e, ao mesmo tempo, se manifestava como protesto a ordem vigente. Quando a arte protesta negando o âmbito das relações sócio-econômicas, ela atrai para si uma “promessa de felicidade”, que significa afirmar no contexto da obra uma possibilidade para o futuro.
Mas a arte autônoma não era tão acessível às massas, justamente pelo esforço cognitivo que exigia de quem a apreciasse. Contudo, isso não significa um pretexto para torná-la fácil. É em sua difícil compreensão que a arte resiste à falsa universalidade da integração, e seu valor de verdade se mostra preservado, além de sua seriedade designar um aspecto de denúncia contra a falsa organização social. As massas estavam mais ligadas a uma arte de entretenimento, que servia de “descanso”. Assim, arte séria e arte ligeira se mostravam irreconciliáveis, mas a indústria cultural fez uma forçosa união entre essas duas esferas, cujo resultado se vê na banalização da obra autêntica. 
É por muitos motivos que os produtos da indústria cultural taxados com o selo de “arte” não expressam uma dimensão social de protesto. São produtos para o deleite e “vitaminas a cansados homens de negócios” (ADORNO, 2001, p. 12). Para mostrar o potencial libertador da arte e ao mesmo tempo denunciar sua alienação na esfera da dominação, Adorno e Horkheimer, na Dialética utilizam o mito da Odisséia de Homero como antecipação do estado de coisas do capitalismo avançado.
O aventureiro Ulisses, para não ser seduzido pelo canto das sereias, pede para ser amarrado ao mastro. Para evitar o fracasso da travessia, ordena aos seus remadores que tampem seus os ouvidos com cera, para que não escutem o canto e não corram o risco de serem seduzidos por ele. Assim, Ulisses ouve a excitante música das sereias, mas não pode se entregar a ela, pois está amarrado na sua condição de dominador. Ele é a imagem do burguês que paga para assistir a um concerto. Ele aprecia o canto sem se entregar a sua promessa de felicidade, pois precisa sair dali com suas energias repostas, dando continuidade ao processo de produção. No fundo, a regressão das massas é “a incapacidade de poder ouvir o imediato com os próprios ouvidos, de poder tocar o intocado com as próprias mãos” (ADORNO e HORKHEIMER, 1985, p. 47)
O que Adorno exige da arte contemporânea é, segundo Seligamann-Silva (2003, p. 38) “que recupere a capacidade de auto-reflexão; que dialogue com indivíduos autênticos, e não com membros de uma massa amorfa”. Procedendo dessa maneira, a arte se renova e cumpre seu papel de dimensão social, de conhecimento. Ao que parece, é difícil pensar em uma superação, pois até a arte séria caiu nos ditames da indústria cultural. Se a arte recuperar seu caráter libertador, isso só vai acontecer quando a própria sociedade também mudar, o que parece permanecer apenas uma promessa. Segundo Jimenez (1977, p. 35), Adorno nos convida a uma nova leitura da arte. Essa leitura deve ser feita a partir da conciliação entre reflexão e prática. Mesmo parecendo pessimista em seus escritos, Adorno vislumbra um otimismo prático, em que talvez as coisas um dia melhorem. Valorizar a arte que surgem entre as camadas mais populares pode representar um misto de resistência e denúncia, desde que elas não sejam integradas pelo interesse econômico da indústria cultural.

(Apanhados de vários artigos circulantes na internet)



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